Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras e falta de ar.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Ostara - Equinócio da Primavera


Festa da Fertilidade
(21 de Março - Hemisfério Norte) e (21 de Setembro - Hemisfério Sul)

Pela primeira vez no ano o dia e a noite se fazem iguais. É, portanto, uma data de equilíbrio e reflexão. Os dias escuros se vão, e a terra está pronta para ser plantada. É quando os Deus e Deusa se apaixonam, e deixam de ser mãe e filho. Nessa data, a semente da vida é semeada no ventre da Deusa, a Donzela revigorada e cheia de vida e alegria.
O Deus é devidamente armado para sair em sua viagem no mudo das trevas e reconquistá-lo, para que posteriormente a luz volte a reinar.
Ostara é o Festival em homenagem à Deusa Oster, senhora da Fertilidade, cujo símbolo é o coelho. Foi desse antigo festival que teve origem a Páscoa.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Harmonia...


São delicados e sutis os fios da harmonia. 
Ao contrário da alegria, do entusiasmo, ela é uma das sensações mais discretas. Sua voz é quase imperceptível, feito outra qualidade de silêncio. Ela não é uma gargalhada, é aquele sorriso por dentro, uma sensação gostosa de estar no lugar certo, na hora adequada. 
Feito um arco-íris depois da tempestade, sua beleza é adornada pelo equilíbrio dentro do derramamento.
É um adestramento dos fantasmas internos.
A possibilidade de aprimorar os pensamentos.
É quase como não pensar. Simplesmente, sentimos uma ligação profunda com tudo, um denso bem-estar. Como se tivéssemos uma secreta intimidade com o mundo, certa cumplicidade com o tempo. É como se observássemos descompromissados, ela é uma descontração.
Como se o coração batesse pelo corpo todo, mas sem extremada euforia. Uma tranqüilidade dilatada no peito, o olhar satisfeito, a mente entendendo que já nem precisa entender o que é prosa ou poesia.
E o mundo inteiro cabendo num abraço. E uma firmeza na carícia, a maturidade que perdeu o cansaço, uma confiança que preenche a existência.

A harmonia é um contato profundo com a experiência. E o tempo do dia não é mais composto por esperas, ele é vivido.
E já não se fala, palavras passeiam pela boca.
E já não se escreve, as frases coreografam as paisagens.
E já não se ama, o amor vigora em nós.
A harmonia tem fios muito delicados e sua trama faz a ligação mais suave entre todas as urgências já sentidas. E o chão do sonho é macio, e tudo parece estar alinhavado, numa ligação sem sufocamentos.
E a poesia não deseja mais ser nada, vira o afago de um momento.
E nas letras a textura de um veludo, como se ao correr pela página, os olhos pudessem ser acariciados.
E você tem todas as coisas sem precisar tomar posse delas. Você ama o amor, não o delírio de estar apaixonado.
Sinto a harmonia como uma espécie de fascínio pela vida. É quase uma perda de outros apetites, porque se está tão nutrido pela própria companhia.
E a gente tem aquela vontade súbita de andar pela noite: não apenas para olhar as estrelas, mas também para por elas sermos vistos.
Harmonia é como se fôssemos inundados pelo mar onde antes só havia um precipício. - Marla de Queiroz -

quarta-feira, 19 de março de 2014

Duendes


Duendes já existem na lenda irlandesa desde os tempos medievais. Tradicionalmente, os duendes são fadas, muitas vezes aparecem aos seres humanos como um homem velho – muito diferente da visão moderna de uma duende (pequena criança em um terno verde). Como diz a lenda, duendes adoram colecionar ouro, que eles armazenam em uma panela e escondem no final do arco-íris. 

terça-feira, 18 de março de 2014

Fadas


Fadas existem de alguma forma na mitologia em todo o mundo, mas têm uma importância especial para os irlandeses. Uma fada irlandesa pode assumir qualquer forma que desejar, mas geralmente escolhe uma forma humana. Dizem ser bonita, poderosa e difícil de resistir, o que é lamentável porque a maioria das fadas na Irlanda ao invés de amor, trazem desgraça e má sorte para os mortais que se aproximam delas.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Os Filhos de Lir


A história dos Filhos de Lir vem do irlandês do ciclo mitológico. Lir era o senhor do mar. Ele tinha uma esposa e quatro filhos. Quando a mulher de Lir morreu, ele casou com a irmã de sua esposa, Aoife. Aoife tinha ciúmes dos filhos de Lir e queria se livrar deles. Um dia Aoife levou as crianças a um lago. Enquanto eles estavam nadando ela realizou um feitiço sobre eles e os transformou em cisnes. Sob o feitiço as crianças deveriam permanecer cisnes até que ouvissem o som de um sino cristão. 

domingo, 16 de março de 2014

Changeling


Como diz a lenda, fadas fêmea dão a luz a crianças deformadas, mas como elas preferem visualmente bebês agradáveis, eles iriam para o mundo mortal e seriam trocados por um ser humano saudável, deixando para trás um changeling. O changeling só fica feliz quando a desgraça ou tristeza aconteceu na casa. A lenda changeling tem durado por séculos. 

sábado, 15 de março de 2014

Banshee



O Banshee era uma mulher que carregava com ela um presságio de morte . Às vezes vista como uma velha vestida de trapos, outras vezes, como um bela jovem e, até mesmo como uma mulher com a roupa sangrenta. Sempre que vista, solta um grito horrível e diz a lenda que este grito traz a morte para qualquer família que a ouve.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Rituais de Menstruação




Recuperar o bom relacionamento com o sangue menstrual

          Como vimos, muitas mulheres veem o sangue menstrual com as marcas que o patriarcado lhe colocou: sujo, nojento, desagradável... Para ser uma bruxa você tem que destruir esses pensamentos e essas sensações e recuperar a sacralidade de seu sangue menstrual. Acostume-se com seu sangue menstrual.

Tome como regra NUNCA MAIS reclamar de sua menstruação. NUNCA MAIS maldiga o momento em que estiver menstruada, NUNCA MAIS reclame de incômodos... Ao fazer isso se perde uma quantidade enorme de poder!!! Ao invés disso, perceba como seu poder psíquico cresce. Faça de sua menstruação um tempo de celebração como mulher.

Sugestão de celebração menstrual

- velas vermelhas,
- uma granada ou cornalina,
- flores de hibisco ou outras flores vermelhas
- seu jarro menstrual
- vinho tinto
- um bolo ou torta de frutas
- incenso de artemísia ou canela
- uma pedra chata, recolhida por você em uma cachoeira ou rio ( mais ou menos com uns 20 cm ou um pouco mais, e um pouquinho pesada, para você poder colocar sobre o ventre e fazer uma certa pressão).

Acenda os incensos e as velas (as velas podem ser untadas com seu sangue menstrual). Coloque a pedra achatada a sua frente e desenhe nela símbolos da Deusa: fases da lua, espirais, labirintos, triskles etc. Deixe no altar suas pedras de cornalina e granada e as flores. Pegue a pedra grande já desenhada, deite-se e coloque-a sobre o útero.

Feche os olhos e comece a se tornar consciente apenas da pedra e do peso sobre seu ventre. Respire no ventre e se conecte com ele. Veja a cor que está aparecendo. Torne-se consciente do grande poder que o sangue menstrual implica, porque iguala você e a Deusa no processo da Criação. Medite sobre a pequena morte que a menstruação representa. Lembre-se de quanto sangue já verteu para que a humanidade chegasse aqui e perceba a irmandade que une todas as mulheres que existem e que existirão. Viaje para dentro de seu útero, percebendo-o como que forrado em rico veludo vermelho... Ande por ele procurando o fluxo de sangue.

Recupere suas forças nesse processo, recupere o poder de seu ventre. Sinta-o pulsando com essa energia vermelha, saudável e luminosa. Encerre a meditação e abençoe as flores com essa energia do sangue. Termine tomando o vinho e comendo o bolo.

Para melhorar cólicas e diminuir a TPM

Mulheres em conexão com seu ventre, mulheres que assumem o poder da bruxa, não têm - salvo patologias mais complexas e mesmo assim raramente - cólicas e problemas com sua menstruação. Eu mesma não tenho cólicas há anos e não sofro tanto com os sintomas de TPM, salvo inchaços, já que a natureza sabe que você vai liberar sangue (líquido) e envia um comando ao corpo para retê-lo.

Regra número um para obter a conexão é se expor a luz da lua todas as noites por alguns segundos ao menos. A atitude mental deve ser a de fazer coincidir as fases do ciclo com as da lua. Assim, menstrua-se
entre minguante e nova, está-se fértil na cheia. Mesmo que sua menstruação não seja assim, você pode fazer com que o ciclo mude. Se for do tipo que menstrua com a lua cheia, imagine as fases inversamente. Toda noite olhe para o céu e veja a lua (ou imagine-a, se ela não estiver visível). Peça sua força para seu ventre e visualize o que deveria estar acontecendo nele de acordo com a fase da lua.Você vai se surpreender com a rapidez da resposta. Seu ciclo muda, em média, em 3 meses.

Faça um diário lunar, ou seja, todos os dias, por 6 meses, anote o dia do mês, a fase da lua ( contando assim: primeiro dia da crescente, segundo da crescente, primeiro da cheia e assim por diante), como se sente física, mental e psicologicamente. Assim descobrirá em que lua você é mais forte, qual sua lua de poder em qual prefere estar recolhida. Isso é essencial para quem trabalha com magia lunar.

CORNALINA - pedra ideal para colocar sobre o ventre. Diminui as cólicas pela energia que concentra. Praticar dança do ventre também acaba com as dores (experiência própria...).

Sacola e jarro menstrual

Faça um saquinho de couro ou pano vermelho, colocando dentro objetos de poder ligados à menstruação... Um búzio (que representa a vagina), contas vermelhas, granadas, pétalas de rosa, um desenho de sua vulva em vermelho, uma espiral, uma lua em vermelho sangue. Imante-a e carregue na bolsa quando estiver menstruada, deixando em seu altar o resto do Mês.

Pinte um jarro de vermelho e use-o exclusivamente para fazer a oferenda de seu sangue à Mãe Terra.

http://ocantodabruxa.blogspot.com.br/2011/11/poder-feminino-sangue-sagrado.html

terça-feira, 11 de março de 2014

O Tabu da Menstruação




Uma situação pouco discutida no universo mágico é o tabu da menstruação. Na sociedade contemporânea, a menstruação ainda é vista com reservas. Uma mulher bem educada não pode falar sobre menstruação, cólicas menstruais, ovulação ou qualquer aspecto de seu aparelho reprodutivo - salvo entre outras mulheres. Esse "assunto feminino" deve ser banido para os banheiros femininos, rodas de amigas e consultórios ginecológicos - sempre com o absorvente usado devidamente escondido. Enquanto isso, os rapazes falam abertamente de sua ejaculação, disposição sexual, problemas intestinais, conquistas amorosas e largam camisinhas usadas em todos os lugares, numa forma explícita de demonstrar virilidade. Qual a diferença? A diferença está na regulação imposta sobre o corpo feminino, mais especificamente sobre sua capacidade de reprodução.


Há homens que se recusam a fazer sexo com uma mulher menstruada, definindo a menstruação como algo "sujo". Outros preferem a mulher menstruada, pensando nos incômodos da paternidade, mas estes são minoria absoluta. O que me espanta é ver a quantidade de mulheres que, negando o ciclo natural de seu próprio corpo, concordam que a menstruação é uma fonte de impureza. Vamos analisar o problema mais de perto, do ponto de vista mágico.


As formas de magia mais populares no Brasil utilizam a menstruação como um elemento mágico, sobretudo nas amarrações de amor. No neo paganismo, a menstruação é normalmente colocada como força original e primária da mulher. Mas há muitas outras culturas que veem a menstruação como algo impuro, como os ciganos, por exemplo. Outras celebram a menarca de suas filhas, o que foi interpretado pela teoria feminista como um indício de que o corpo da mulher é mais sagrado para essas culturas do que para a cultura ocidental. Este tipo de pensamento foi o que desenvolveu a ideia francamente abraçada - sobretudo nos EUA - de  utilizar o sagrado e o religioso como formas de transformação de nossas atitudes cotidianas. Um simples gesto, muitas vezes, muda toda uma visão de mundo.


Mary Douglas foi uma antropóloga que descreveu a associação que muitas culturas realizam entre a impureza e o perigo. Sendo impura, a menstruação ofereceria algum grau de perigo. Sendo uma fonte mágica primordial, a menstruação foi, um dia, considerada o poder original feminino. Alguns cultos a deusas específicas, tomados por sacerdotes, já que suas sacerdotisas foram banidas, trocaram o sangue menstrual pelo sangue sacrificial dos sacerdotes, como na circuncisão, na castração ou na amputação dos mamilos.
          O estabelecimento de uma nova ordem, com a dominação masculina e o desrespeito pelo feminino - que nem de longe é um problema exclusivo da "civilização judaico-cristã", visto não existir uma sociedade matriarcal na face do planeta - tornaram este poder sagrado perigoso e, consequentemente, impuro.




O que fazer para mudar essa visão, pelo menos dentro de nós? Como bruxa, poderia indicar um caminho mágico, mas usar magia não serve para nada se não transformar o mundo à nossa volta. A mudança deve antes ser interna. Como diziam as feministas, "o pessoal é político". Mudando nossas próprias atitudes e transformando as situações pessoais, nós também transformamos o mundo. Se você já se viu tratando a menstruação como algo impuro, pare, pense e reconsidere que tipo de ideologia está reproduzindo, às vezes, de forma inconsciente. Os corpos das mulheres são sagrados com todos os fluxos e humores eles contidos, assim como os corpos dos homens. Afinal, somos todos filhos dos deuses e os deuses não habitam apenas a alma.


A seguir, vou colocar algumas sugestões de rituais envolvendo esse tema, que, como podemos perceber, é muito importante para todas as mulheres, inclusive as bruxas, e como bruxas devemos nos colocar de forma respeitosa, reconhecer a sacralidade e nos conhecermos através do sangue menstrual e seu ciclo. Tomei como fonte o livro A Dança Cósmica das Feiticeiras, Starhawk, Ed. Nova Era. Fiz algumas adaptações, já que, na bruxaria, é comum e natural usar sangue menstrual, conhecido como sangue de lua, em rituais e feitiços, mas como algumas mulheres ainda não se sentem à vontade com isso, deixo para que cada uma escolha como quer trabalhar com o sangue menstrual. Se você não se incomodar com isso, colha seu sangue de forma direta, não o deixe passar pelo absorvente. Pode parecer difícil, ou incomodo, mas faz parte do conhecimento do seu fluxo e corpo, e você vai saber como fazer.


 

segunda-feira, 10 de março de 2014

A Arte de Menstruar




Menstruar é um fato primordial na vida de qualquer mulher. Entre as diferenças que existem entre homens e mulheres, 'sangrar sem morrer' certamente é uma das mais significativas e que deixou forte impressão na mente humana, desde o primórdio dos tempos. Para nossas ancestrais da Idade da Pedra, o sangue menstrual era sagrado. A palavrasacramento provavelmente se origina de sacer mens, literalmente, menstruação sagrada.

Menstruação significa "mudança de lua". Tem como raiz da palavra mens, mensise está na origem da contagem do tempo. Forma palavras como medida, dimensão, metro,mente, para citar algumas. 
         O sangue menstrual, representando o poder de criar vida que conecta as mulheres com o próprio universo, era tabu, palavra polinésia significando "sagrado" e "proibido". Nas sociedades tribais, a menarca, o início do fluir do sangue, era celebrado com um rito de passagem, auxiliando a menina a realizar sua entrada para o reino do mana: o poder sagrado transmitido pelo sangue e que tanto podia dar como tirar a vida.


         Ao longo dos milênios, as mulheres têm desaprendido a arte de menstruar, de fluir com a vida. O que era sagrado tornou-se proibido, sujo, contaminado. A regra passou a ser esconder a regra. O resultado disto foi que o evento central na vida de toda mulher madura tornou-se invisível. Mesmo mulheres "liberadas" acreditam que suas regras (aquilo que as rege) são uma inconveniência que deveria ser eliminada. A decantada imprevisibilidade feminina é, em grande parte, decorrente das oscilações a que a mulher está submetida, ao longo de seu ciclo mensal. É expressão da imprevisibilidade da própria vida.

Infelizmente, hoje, as mulheres veem a menstruação como um desconforto e procuram várias medidas para se livrarem deste. Assim injetam drogas poderosas em seus organismos sem perceberem quão violento é esse ato e quantas consequências pode trazer.

Isso é muito triste, é uma forte negação do feminino, do poder feminino, negação da própria natureza. É inconsciente, nada sábio. Aliás, se você quiser se conhecer melhor como mulher, e os mistérios femininos, fique atenta às oscilações que você sente durante seu ciclo menstrual, observe a lua e note a diferença de menstruar na lua cheia ou lua nova. Anote seus sonhos e veja as diferenças entre ovulação e menstruação. 
Elabore um mapa dos padrões para ajudar você a programar seu 'tempo da lua'. Ritualize sua menstruação:
aumente a fecundidade de sua vida, procure respeitar esse período, que deveria ser de resguardo, de descanso, já que é nesse momento que estamos finalizando um ciclo dentro de nós. Se não puder parar de trabalhar, pelo menos organize uma noite de relaxamento. Celebre! Sozinha, ou com suas amigas, prepare comidas e bebidas especiais para os dias sagrados. Se possível, retire-se para um lugar especial, um lugar seu, seja na sua casa ou na natureza, como um parque, um jardim, e silencie sua mente para escutar a mensagem de seu corpo, sinta o sangue fluir, perceba sua consistência e temperatura, imagine sua cor, sua força e revista-se desse poder. Pense nas suas ancestrais, tente imaginar como era esse período para elas. Agradeça a natureza por este dom.

http://ocantodabruxa.blogspot.com.br/2011/11/poder-feminino-sangue-sagrado.html